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de Waldo Motta
"Atitudes de Insubmissão, Proezas de Jeowalda é um livro que valora uma tensão entre raiz e metamorfose. A raiz é a da indignação contra as violências que se agudizaram recentemente no Brasil principalmente por terem se tornado lei. Um Estado de Direito da Exceção foi verbalizado e publicizado sob a condição de oficialidade. A repressão à vida se tornou página, verbo, legitimidade. Waldo Motta, sobrevivente, portanto imantado, agudiza a reação, na contramão do próprio discurso. O livro tende à eliminação do verso, pois letras e números são intercambiáveis, e aí a metamorfose, compartilham um poder que permite que conversem como potências visionárias. Potências de afeto, belicosas também, letras e números praticam a discórdia da radiosa carne diante da vexatória experiência neofascista. Não há aqui melancolia ou culpa, pelo contrário é a partir da contrariedade insubmissa que se recusa a decepção passiva. Palavras nascidas do corpo, um corpo que é como um mapa paradoxal a produzir vertigem, êxtase. Poesia a extraviar-se em desvario, Proezas de Jeowalda tem a profundidade do corpo, esse buraco sem fundo: arranjos que em desordem reordenam a revolta, sem a regrar. Verdadeiras, as palavras, letras e números de Waldo Motta nos possibilitam, democraticamente, na ágora de todos os eus, desafiar o juízo criminoso que se erigiu a partir de uma fundamentação moral. Amoralmente, estas proezas nos conduzem ao trânsito combativo, à produção de subjetividade mágica, poderes de um indizível no qual o poeta adentra, revolve, volta com um fogo anal que nos interessa como país, como lugar de virmos ao mundo e vivermos em sociedade. Fogo anal, um corpo longe do mal. Fôlego de afago anal, nesta outra boca, o cu, longe da discursividade corrupta, “prosaica”, uma terra enfim sem males, conquistada pela mais renegada das armas, a poesia."
- Ricardo Pedrosa Alves
Poeta, Romancista e Crítico.
