Trata-se de um espetáculo “poemático”, mas não mera representação daqueles que pouco são lidos, apreciados… Vozes que ainda não ecoaram longe. E ler Marco Kbral é um regalo constante, ele faz poesia com muita maestria e com uma forma esmerada de tratar corpos e desejos não hegemônicos. E não o faz por meio do escracho, do profano (que eu também adoro), no entanto, nos mostra com o fluir de sua engenhosidade que o amor entre os iguais é possível.
Em “Neófitos do desejo” não espere encontrar, leitor, uma poesia alinhada, previsível e invariável. Todas as vezes que leio esta obra, me ocorre um cruzamento de situações, desejos e um afervoramento através dessa lírica de Kbral, a qual é demasiadamente digna de desenlace linguístico, social e de frenesi (durante a leitura de alguns poemas, me vi, confesso, em uma lubricidade que se externava nos meus poros).
Do Posfácio de Rodrigo Dantas
